silenciosos, os feiticeiros das metrópoles semeiam impaciência e angústia com as suas mãos secam os poços, às vezes, nublam a visão do condutor ou atiram veneno nos vasos do terraço de noite roubam o sonho das crianças e, aos seres abraçados toda sensação, todo desejo de se dar
ontem puseram uma soga no vizinho, privaram a mulher da vontade
a cor das flores, a fragrância dos cabelos
impuseram dores terríveis nas cabeças, o medo no peito
cabisbaixo, inclino-me ante os ídolos
a sua raiva é afiada, sua sede incomensurável
e o sangue não coagula, cada súplica anula-se
os lábios temerosos repetem frases insensatas
as mãos repetem gestos mecânicos
os feiticeiros traçam figuras ocas
cortam raízes, num instante de lassidão
esgotam-nos até à última gota.
poema do poeta esloveno Brane Mozedic
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