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28.10.08

vinte e cinco anos da morte de ana cristina césar

poeta marginal da década de 70 juntamente com chacal, roberto piva, glauco matoso, frança e outros que no recuerdo. ela suicidou-se no dia 29 de outubro de oitenta e três, a vinte e cinco anos atrás. postarei agora três poemas dela:

noite carioca


diálogo de surdos, não: amistoso no frio. atravanco na contramão. suspiros no contrafluxo. te apresento a mulher mais discreta do mundo: essa que não tem nenhum segredo.

encontro de assombrar na catedral


frente a frente, derramando enfim todas as palavras, dizemos, com os olhos, do silêncio que não é mudez. e não toma medo desta alta compadecida passional, desta crueldade intensa que te toma as duas mãos.

mocidade independente


pela primeira vez infringi a regra de ouro e voei pra cima sem medir mais as conseqüências. por que recusamos ser proféticas? e que dialeto é esse para a pequena audiência de serão? voei pra cima: é agora, coração, no carro em fogo pelos ares, sem uma graça atravessando o Estado de São Paulo, de madrugada, por você, e furiosa: é agora, nesta contramão.

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